sábado, 9 de dezembro de 2017

O BANQUINHO DE MAMÃE - Crônica - Silvana Prata

ALGUNS A CONHECERAM. OUTROS NÃO.
PENA...
MAMÃE ERA BAIXINHA. TAMBÉM SOU BAIXINHA, MAS ELA, UM POUCO MAIS.
COM O CLIMA DE PETRÓPOLIS, TER UMA SECADORA DE ROUPAS É PRATICAMENTE UMA NECESSIDADE.
UM DIA, MINHA MÃE GANHOU UMA QUE HOJE AINDA ADORMECE SOBRE A MÁQUINA DE LAVAR ROUPAS, AMARGANDO A SUA QUASE INUTILIDADE.
AÍ COMEÇA A HISTORIA DO BANQUINHO.
A SECADORA FOI INSTALADA BEM ACIMA DA MÁQUINA DE LAVAR.NEM TÃO ALTA ASSIM, MAS PARA QUEM ERA BAIXINHA, O EXERCÍCIO QUASE DIÁRIO DE ESTICA, FICA NA PONTA DO PÉ, DESCE, SOBE, ERA MAIS CANSATIVO QUE UMA HORA DE BALÉ CLÁSSICO. SURGE ENTÃO A SOLUÇÃO: MEU PAI FEZ UM BANQUINHO PARA QUE MINHA MÃE PUDESSE SUBIR E ESTENDER AS ROUPAS. UM PEDAÇO DE MADEIRA ACHADO AQUI, OUTRO ALI.
E O EXERCÍCIO ÚNICO DA MINHA MÃE PASSOU A SER SUBIR UMA ÚNICA VEZ PARA AJEITAR AS ROUPAS, PRINCIPALMENTE AS FRALDAS DO MEU FILHO (????? SIM, MEU FILHO USOU FRALDAS DE PANO).ERA UMA SECADORA "ENXUTA", UM LUXO!
SEM MUITO ESFORÇO AGORA, MINHA MÃE PUXAVA O SACO TRANSPARENTE QUE FECHAVA A SECADORA E POR ONDE CIRCULAVA O AR QUENTE.
MINHA MÃE SE FOI E O BANQUINHO FICOU ANOS AO LADO DA MÁQUINA DE LAVAR. EU NÃO PRECISAVA DELE, NINGUÉM PRECISAVA DELE, SÓ A MINHA MÃE...
NUNCA MAIS USEI A SECADORA QUE AINDA ESTÁ NO MESMO LUGAR, SERVINDO APENAS COMO VARAL INTERNO.
MAS A VISÃO DO BANQUINHO NO CANTO, ME INCOMODAVA.
"JOGA FORA!"
DOAMOS MUITAS COISAS DA MINHA MÃE.
DO BANQUINHO, ME APOSSEI. QUERIA FAZER ALGO!!!
ONZE ANOS...
O BANQUINHO, JÁ NA MINHA COZINHA, ESCONDIDO EMBAIXO DA MESA, ENSAIOU VÁRIAS ROUPAGENS. NENHUMA ME AGRADAVA. E VOLTAVA PARA O ABANDONO.
TENHO ROMPANTES CRIATIVOS E NÃO SOSSEGO ENQUANTO NÃO OS SOLTO (COMO ESTE PRETENSIOSO TEXTO).
UM DIA TRISTE SERVIU PARA TIRAR O BANQUINHO DO OSTRACISMO, LIVRÁ-LO DAS TRAÇAS, MOFO, POEIRA, PEDAÇOS CORROÍDOS.
MATÉRIA MORTA QUE ÀS VEZES SE ASSEMELHA À VIDA.
VEM CÁ, BANQUINHO!
LIMPEI, LIXEI, PASSEI MASSA.
LIXEI,PASSEI MASSA.
LIXEI.
DEIXEI IMPERFEIÇÕES.
TANTOS ANOS NA LUTA E ABANDONO, POR QUE ESCONDER AS "CICATRIZES"?
DECIDI PELO TECIDO, QUE UM DIA TRABALHANDO COMO COLORISTA, CRIEI AS CORES.
ALGUÉM ATÉ PODE TER ESSA ESTAMPA, MAS NINGUÉM O TEM COM AS "MINHAS" CORES.
UMA EXCLUSIVIDADE DIGNA DAS MEMÓRIAS QUE GUARDO DE MINHA MÃE.
DUAS LATAS DE TINTA SPRAY AZUL.
HUMMMM. GOSTEI!
UM POUCO DE COLA QUENTE, UMA NOITE INSONE, UM CORTE DE ESPUMA.
MEDE, CORTA, RECORTA, ACERTA, COLA E SURGE FINALMENTE O "BANQUINHO DE MAMÃE"!
GOSTEI DO JEITO QUE FICOU, O CARINHO COM QUE O FIZ, A INSPIRAÇÃO QUE LHE DEU O NOVO FORMATO.
O NOVO BANQUINHO SÓ SATISFEZ AO MEU EGO.
MINHA MÃE JAMAIS PRECISOU DELE ASSIM.
SEJA LÁ PARA ONDE ELA FOI OU ONDE ELA ESTÁ,
SÓ SEI QUE NÃO PRECISOU DO BANQUINHO PARA CHEGAR.

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

NÃO SE QUEIXE DE MINHAS DESCONFIANÇAS, POIS AINDA NÃO É PERMITIDO ACREDITAR EM SUAS VERDADES.
O OLHAR QUE LHE EXIJO, AINDA NÃO EXISTE EM VOCÊ.
AS PALAVRAS QUE ME PERMITIRÃO ACREDITAR, VOCÊ NÃO AS DESCOBRIU.
TUDO O QUE VOCÊ FALA É NORMAL, USUAL.
SÓ POSSO SABER O QUE SINTO POIS eu sinto.
NÃO POSSO SABER O QUE VOCÊ SENTE, POIS só você sente.
NINGUÉM AINDA ME ENSINOU A NÃO ME MACHUCAR.
HOJE ME RETRAIO.
COM ISTO SE VÃO AS COISAS RUINS, AS PESSOAS RUINS; MAS TAMBÉM SE VÃO AS COISAS E AS PESSOAS BOAS...
O QUE SEI FAZER, FAÇO COM O CORAÇÃO.
ENTÃO VOCÊ DIZ: - PASSIONAL!!!!
POR QUE NÃO?
SENDO ASSIM, TENHO A CHANCE DE VOLTAR A ACREDITAR.
POIS SE USAR A RAZÃO, A CONFIANÇA SUMIRÁ DE VEZ EM MIM.
RESTAM-ME OS PENSAMENTOS EM VOCÊ, AS CURTAS LEMBRANÇAS DE NOSSA PEQUENA HISTÓRIA.
SUMO NO SEU RISO. COMO NÃO ACREDITAR NELE?
VIAJO NOS SEUS OLHOS, QUE POR ALGUNS SEGUNDOS LHE TRAEM.
SINTO SUAS MÃOS, QUE ACREDITAM EM MIM.
CORRO AO SEU LADO, PARA QUE NÃO ME DEIXE SÓ.
CUIDO DO SEU BREVE SONO, PARA QUE POSSA DESCANSAR.
POR ONDE VAI, QUANDO O SILÊNCIO LHE COBRE?
QUAIS SÃO OS SEUS CAMINHOS?
SEUS OLHOS CIRCULAM O MUNDO NO PEQUENO ESPAÇO DE UM QUARTO IMPESSOAL.
OLHOS VIVOS,
DESASSOSSEGADOS OLHOS...
EU PROCURAVA ALGUÉM DIFERENTE.
EU PROCURAVA UM SENTIR DIFERENTE.
EU ACHEI.
QUE AGORA EU CONSIGA VIVER DIFERENTEMENTE TUDO O QUE EU JÁ POSSA TER VIVIDO. E VIVA INTENSAMENTE TUDO O QUE DE NOVO ME VENHA A SER APRESENTADO.
E QUE EU PERCA OS MEDOS - E NÃO FUJA.
E QUE EU NÃO ME INIBA - DIANTE DO NOVO.
E QUE EU SAIBA RIR - PARA LHE VER FELIZ.
E QUE EU ESTEJA SEGURA - PARA QUE NÃO SE PREOCUPE.
E QUE EU CONSIGA LHE AMAR, SÓ DE SABER DA SUA EXISTÊNCIA.
MESMO QUE TUDO SEJA BREVE, POIS A VIDA ASSIM É.
ALGO DE BOM,
AGORA, 
EU TENHO EM MIM.

sexta-feira, 31 de maio de 2013

PASSADO, PRESENTE E FUTURO (?) ATRAVÉS DE IMAGENS

Comecei minha vida escolar aos cinco anos de idade. Já se foram 42 anos! Relembrar detalhes? Muito tempo se passou. Não lembro de pessoas inteiras, lembro de rostos ou corpos. Lembro do corpo carinhoso da merendeira gorda. Não lembro do seu rosto, porque talvez minha altura não me permitisse vê-la por inteiro. Lembro do rosto da terna professora que tinha um formato de óculos, pois era algo que se destacava nela. Lembro do cabelo loiro da diretora. E passei a ter medo de gente loira, apesar de ser loira também. Tudo para mim era enorme: as rampas da escola, a quadra, as árvores que a circulavam. Sempre tive medo da escola, pois ela me separava da minha mãe. Meus amigos e amigas perderam seus rostos no tempo. Hoje em dia só tenho duas amigas com rostos, pois ainda fazem parte da minha vida. Rostos e corpos. Pessoas completas!
Mudei de escola. Uma escola ainda maior. Colégio de freiras. Hábitos que pareciam não andar e sim flutuar pelos corredores. Não havia barulho. A imagem que eu tinha? A do silêncio. E a imagem da minha mãe indo embora.
A escola tinha (e ainda tem) uma capela com um relógio. Adorava o badalar do relógio. Hora certa. Hora e meia. Chegando a hora de ir para casa. Era muito tímida e gostava do meu cantinho, da minha segurança. Até hoje é assim.
Fui uma criança muito feia para os padrões da época. Eu usava óculos (tenho alta miopia). Algo nada comum nas crianças há alguns anos atrás. Então eu não tinha nome. Eu era a “quatro olhos”. E era assim que me via: com quatro enormes olhos azuis. Refugiei-me nos livros. Letras e imagens. Um lindo mundo. Identifiquei-me imediatamente com a frase de Jorge Furtado no texto A MÁGICA DA IMAGEM, onde ele diz: “... A segunda dívida do mundo das imagens é com a palavra. Nascidas juntas no teto da caverna, imagens e palavras traçaram caminhos próprios. E se hoje as imagens encontraram seu altar nas novas tecnologias de cinema e vídeo, a palavra continua tendo na literatura, especialmente na poesia, a sua catedral...” Passei a escrever e a desenhar. Desenhava mais que escrevia. Hoje já não mais desenho, mas escrevo muito. Desenhava tudo o que eu queria ser, ter, ou lugares onde gostaria de estar. Tinha desenho espalhado por tudo que era lugar da casa. Desenhava nas paredes e minha mãe não perdoava. Palmadas! Desenhava na mesa. Palmadas! Agora escrevendo este texto e tendo lido os textos da disciplina, percebo o quanto as imagens foram responsáveis pela minha formação. Adoro freqüentar exposições, participei de concursos de pintura quando era criança (e ganhei!). Também tenho um certificado da OEA por ter participado de um concurso promovido pela organização. Meus troféus!
            À medida que crescia as pessoas não eram só partes, passei a vê-las inteiras e a desenhá-las. Através do desenho me destacava. Sofria quando não conseguia a perfeição. Eu sabia  como seriam os traços, mas ainda não dominava técnicas.
            Mas tarde, entrando na adolescência e abandonando os óculos (benditas lentes de contato!). Passei a desenhar os vestidos, blusas. Quando era convidada para algum baile de debutante, meus vestidos se destacavam, por não seguirem o comum. Gostava da imagem de vestidos leves, etéreos.
            Definitivamente não me encaixava nos padrões ditos normais. Meu gosto musical sempre foi diferente. Meu visual sempre foi diferente. Nada que fosse chocante, transgressor. Gostava de ter uma imagem de menina “chique”. Preferia calças de tecido, ao jeans. Nada de camisetas, mas sim blusas desenhadas por mim. Pintava e bordava lenços que colocava no bolso do blazer. Quando tive meu primeiro namorado, pintava camisetas exclusivas para ele. Realmente imagem para mim era, e é, muito importante.
            O tempo foi passando, e eu deixei de lado imagens e letras. Casei, tive um filho. E essa era a única imagem que me interessava: meu filho! Nasceu prematuro, muito doente e até hoje lembro de tudo que havia na UTI, onde ele ficou por 21 dias.
Exigia cuidados 24 horas por dia. Quando essa fase passou, entrei em profunda depressão. Aí sim, as imagens que me perseguiam eram assustadoras: pessoas me seguindo, aviões caindo sobre mim e outras que não tenho coragem de dizer. A psiquiatria me ajudou, mas o desenho me salvou. Ia para as sessões de terapia sempre acompanhada de um bloco e quando não queria falar, eu desenhava. Sei que meus desenhos ajudaram muito meu psiquiatra a me ajudar. Um ajudava ao outro! E para tentar me entender, comecei a ler Jung. Um dia desenhei a casa dele e levei para a terapia. Sei que o desenho emocionou o psiquiatra e lhe dei de presente. Gostaria de ver esse desenho de novo. Passei eu mesma a interpretar meus desenhos enigmáticos. Foi a minha cura e a despedida da terapia.
            Hoje gosto muito de fotografar, principalmente flores. No caminho, sempre há flores. Estou desenvolvendo um olhar cada vez mais sensível e isto tem me agradado e agrada também quem vê minhas fotos. Ângulos diferentes.
            Vamos mudando e nosso foco também. Ficamos mais seletivos. É difícil não ser influenciado pelo excesso de informação que nos assola diariamente. E também o que vemos com constância, passa a não ser mais visto. Acostumamos com o que é belo e com o que é feio. Ignoramos e até esquecemos.
            Hoje escrevo muito. Adoro redes sociais. Mas nunca há um texto meu que não seja acompanhado de uma imagem. A internet é o paraíso imagético.  Fotos, ilustrações, mostram muito de mim. É esse um jeito simples de comunicação.
            Imagens me construíram. E eu sou a imagem que transmito e também a imagem que quero transmitir. São as adaptações diárias e necessárias nesse mundo em que vivemos.



segunda-feira, 9 de julho de 2012

SOCIEDADE VIVA CAZUZA - Sociedade de um poeta morto?





Há meses tento escrever este blog. Sabia o que queria escrever, mas as palavras não vinham, pois elas ainda se mostravam como sentimentos, muitos deles. Bons sentimentos, para começar a história. Frequentemente cismo com certas pessoas, lugares, situações. Preciso conhecer, resolver, tocar. Só sossego quando faço. Foi assim que apareceu como um letreiro na frente dos meus olhos: SOCIEDADE VIVA CAZUZA. Por que? Não sei. Minhas cismas corriqueiras. Preciso ir lá, quero ir lá, eu VOU lá! Santa internet que me iluminou. Em um instante li tudo sobre a Sociedade e em alguns minutos já estava marcando uma visita. Deixo aqui minha primeira impressão: o atendimento, esqueci o nome da pessoa, foi terno, educado. Gostei !! Marquei para uma quinta-feira (dia aberto à visitação). Fiquei muito contente, mas infelizmente não pude ir. Liguei avisando e uma outra pessoa com voz ainda mais carinhosa me agradeceu por ter ligado para desmarcar. Educação gera educação. Tentei remarcar, mas na quinta-feira seguinte a visita não poderia ser feita. Tristeza. Ah, tá bom, ligo depois para marcar novamente. Esse "depois" se transformou em alguns meses. A ideia insistia e a vontade também. Por que? Talvez por estar cursando Pedagogia. Tantas coisas aprendi, tantas realidades presenciei, tantos sonhos desmoronaram. Em momento algum a palavra pena veio à cabeça (agora sim!). AIDS, AIDS, AIDS. Pequenos que não escolheram isso. Maiores que convivem e centenas que sobrevivem. AIDS, AIDS, AIDS. Sinto-me impotente diante dela. Mas vejo que sua cara feia, já foi amenizada. Infelizmente às custas de muitas mortes e de muitos remédios vitalícios. Finalmente marquei a visita (outra voz doce me atendeu). Desta vez eu vou. Fui, mas não foi fácil chegar, principalmente para quem não é do Rio. Não é um local de fácil acesso. Mas eu estava lá, na hora marcada. O portão se abriu e Pedro sorriu! Pedro seria nossos anfitrião. E que anfitrião! Surpresas do início ao fim! Surpresa ao chegar, ao sentir o ambiente. Esquecer a imagem pré-concebida de um-lugar-de-crianças-doentinhas. Onde estavam elas? Nunca vou achá-las. Que lugar agradável. Diria: um ambiente harmonioso. Uma energia boa no ar. Energia de gente boa, comprometida. E eu ainda não tinha conhecido mais ninguém, além do Pedro. Ali se trabalha. E muito. O tempo todo, 24 horas por dia, 7 dias na semana, o ano inteiro. Não são voluntários, pois esses vem e vão, e sim funcionários, que mais tarde pude conhecer alguns. Todos com olhar de segurança, responsabilidade e repetindo: comprometimento. Todos os ambientes limpíssimos, organizados. Apesar dos quartos coletivos, a individualidade dos adolescentes é mantida, cada um com seu armário, seus móveis, seu cantinho personalizado. Todos estudam. A sociedade possui um transporte que leva os menores à escola. Já os maiores vão sózinhos. A Sociedade não é uma sala, como geralmente se apresentam a maioria das entidades. É um lar, uma família de convivência ampla, diária e obrigatoriamente harmoniosa. Não ver a palavra "obrigatoriamente" como algo limitador, Ela é resultado do trabalho incessante que presenciei. É ruim escrever isto: mas foi preciso Cazuza ir, para que esta obra pudesse acontecer. Se sou fã de Cazuza? Sou fã da sensibilidade dele. Nunca me identifiquei com a pessoa dele, com a loucura exposta, de se matar aos poucos. Mas eu entendo quem vive com o coração nos olhos, nas mãos, na cabeça, porque no peito ele não cabe mais. Entendo quando se sofre pelo o outro, quando se briga por justiça, quando gritamos por amor ou por indignação. Esta é a minha ligação com Cazuza: o excesso de sensibilidade. Ou você se blinda ou você morre. EU VIVO, ELE MORRE. Morre no corpo, mas a Sociedade Viva Cazuza o abriga. Ele está ali em cada espaço. Faz parte do show dele não ter partido totalmente. Sorte de muitos!

Pedro o anfitrião gente boa.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

O discurso dos Chefes de Estado na Rio +20 é sempre o mesmo: falam o que já sabemos, falam do que já fizeram em seus países - feitos esses que nunca vemos os resultados, e que algo precisa ser feito. Para que serve mesmo a Rio +20? Não é para isso? PARA QUE ALGO SEJA FEITO.
Falam da fome, da Educação (ou seria melhor: do pouco acesso à ela), falam da Saúde (ou da falta de uma assistência de qualidade). Os países pobres falam em hegemonia, que sabemos que nunca existirá. Os países ricos querem mais lucros. Falam da Paz, mas não fazem nada para que ela reine. É um blá-blá-blá interminável. Nada de ações efetivas. Cada país fica esperando que o outro faça. Se o outro país poluir menos, eu posso poluir mais! Dá-lhe crédito de carbono. Quem compra? Quem vende?
Por enquanto o passado impera, o presente é uma incógnita (porque ninguém sabe realmente a verdade ou as verdades sobre os assuntos em questão, nem para aonde ir). O futuro? Está distante ainda. Por enquanto deixo aqui o que estou vendo: AÇÃO ZERO! Que eu esteja errada.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

PROJETO DOCE CULTURA: O QUE É?

 Algumas pessoas têm me perguntado o que vem a ser o PROJETO DOCE CULTURA. Hoje consegui um tempinho para blogar sobre o assunto. Adoro aprender. Vivo correndo atrás de cursos, exposições, concertos, livros, cd´s, etc, etc. Se tenho acesso a tudo isso? NÃO! Cultura é algo caro. Muito caro. Vou a eventos sim, mas a maioria gratuitos. Mas pelo menos consigo IR. Como estou lidando diariamente e diretamente com a Educação, percebo que a camada social menos privilegiada ou POBRE, para não enfeitar tanto a situação, NÃO tem direito a Cultura. Poderosos não querem seres pensantes. Seriam uma ameaça! Então decidi fazer algo parecido com aquela historinha de devolver as conchinhas para o mar: cada um fazendo a sua parte a coisa anda. Não faço por todos, mas posso fazer por alguns. Entrando na onda da reciclagem e reaproveitamento de materiais, inventei umas caixinhas e uns marcadores de páginas feitos com embalagens de leite. Como gosto de fazer doces, decidi, então, juntar o útil com o agradável: as caixinhas e os meus doces. Nasceu assim o PROJETO DOCE CULTURA. Inicialmente meu intuito era com o dinheiro arrecadado comprar livros e levar uma criança/adolescente a um passeio, algo no gênero. Bem, a realidade se mostrou outra: "minhas" crianças não tem lápis, borracha, etc. Ou seja: o básico! Então, decidi que primeiramente vou partir para esse lado: a aquisição de materiais. Estou também me aprofundando na situação social das "minhas' crianças. Onde nascem suas carências. É um longo trabalho de pesquisa e nada "agradável" de ser feito. A realidade tem se mostrado dura, muito dura. Não só pelas histórias de cada um (essa cada um carrega por si), mas com o descaso generalizado de todas as esferas governamentais. Tem muita gente trabalhando também. Trabalho bonito e bem feito. São os que amam a EDUCAÇÃO em todos os seus sentidos. Meu "projetinho" está dando certo, com passos pequeninos, mas muito cuidadosos. Ele se afastou um pouco da ideia inicial, mas descobri que o ínício dele começa de uma outra maneira. Primeiro atenderei o básico do básico: material escolar. Depois, aos poucos, vou conseguir atingir o meu objetivo maior: museus, teatro, passeios, exposições. Aguardem e confiem! Será legal para todos! Desde já agradeço a todos os que já me ajudaram!

OBSERVAÇÕES

MEUS PENSAMENTOS SE PERDEM:
CONFUSÕES MENTAIS.
SAUDADE DE MÃOS DADAS COM O DESAPEGO.
ABRAÇO QUE NÃO VEM,
SENTIMENTOS QUE NÃO EXISTEM E
QUE QUEREM SE INVENTAR.
OLHAR QUE NÃO CHEGA.
PALAVRAS QUE NÃO OUÇO.
MENTIRAS QUE INVENTEI
PARA ME ENGANAR.
SORRISO QUE NÃO VEJO.
GRITO QUE ACUMULO.
LÁGRIMA QUE SECO.
ORGULHO QUE ME ENVENENA.
PENA QUE DÁ.
IDIOTICES DE SER HUMANO,
DE HUMANO SER.